Desde que surgiu na popsfera, em 2005,
Rihanna é reconhecida por não parar de trabalhar. Em sete anos de carreira, a
moça acaba de lançar seu sétimo álbum de estúdio há pouco. Após um pequeno
período de geração de polêmicas, uma tour promocional de 7 shows que velejou
por 7 continentes apresentando tanto o novo material quanto os antigos hits,
aqui jaz a review do Pomba Pop para o Unapologetic, novo trabalho da incansável
musa de Barbados.
Phresh Out the Runway
Rihanna abre o álbum com uma faixa que pode
ser tida como definição de sua imagem: pop flertando com elementos de hip hop,
composição agressiva e um refrão ultra grudento. Não há sombra de dúvidas, pela
faixa inicial, que o que está por vir é um álbum de RIHANNA. Destaque para a
produção de David Guetta, que sai de sua zona de conforto do eurodance para bem
suceder num som urbano.
Há pouco o décimo segundo primeiro lugar de
Rihanna na Billboard, principal parada de sucessos do mundo. Composta pela
agora hitmaker e antiga cantora alternativa Sia (David Guetta, Flo Rida,
Christina Aguilera) a faixa soou fresca e inovadora a todos que esperavam que
Rihanna se mantesse em sua zona de conforto de primeiro single: a canção dance
pop certeira de sempre.
Numb (feat. Eminem)
Com direito a uma referência a primeira (e
grande) parceria das duas estrelas em 2010, Love the Way You Lie, Numb é
Rihanna sem tirar nem pôr: R&B melódico com vocais por vezes gritados e num
tom de tragédia.
Pour It Up
Única faixa do álbum que traz Rihanna como
compositora principal, Pour It Up também não perde a essência típica da
cantora. Aqui a artista ratifica seu cotidiano badalado que parece não sair do
eixo festas polêmicas - uso de drogas.
Loveeeeeee Song (feat. Future)
A típica balada de meados da década passada.
O destaque fica para o dueto com Future, um dos nomes expoentes do R&B
norte-americano do último ano. Não há como negar a sincronia sensual que os
cantores transmitem na faixa.
Jump
Após tantas faixas relativamente calmas, há o
(pequeno) eixo de club-bangers do álbum. Jump apesar da atmosfera hip-hop e
sample do hit noventista de Ginuwine Pony, tem um dubstep inegavelmente direcionado
para os clubes em seu refrão, cheio de força e atitude assim como a intérprete.
Right Now (feat. David Guetta)
Após há exatos um ano ter feito despontar o
nome do DJ escocês Calvin Harris nos charts com o ultra hit We Found Love, o
que Rihanna poderia fazer de inovador no gênero dance? Trabalhar com o já
impregnado DJ David Guetta não seria o aconselhado, mas a faixa não deixa a
desejar e com certeza fará o mundo todo pular nos clubes por bastante tempo.
What Now
De início parece mais uma balada genérica que
a cantora utiliza há tempos, mas a surpresa está toda no refrão: o vocal dramático
de Rihanna casa perfeitamente com o dubstep da produção.
Stay (feat. Mikky Ekko)
Provando estar sempre a frente de seu tempo,
Rihanna agora traz outro nome em ascensão para participar da melhor balada do
álbum: Mikky Ekko. O dueto flui naturalmente enquanto prova que Rihanna ainda
consegue surpreender com baladas mesmo após tantas tentativas não tão
bem-sucedidas.
Nobody’s Business (feat. Chris Brown)
Aqui está talvez a maior surpresa do álbum:
Chris Brown. Há de se ter muita coragem em colaborar com o antigo namorado que
a violentou em meados de 2009. Apesar da afronta pública, a faixa afirma como
os dois artistas funcionam bem juntos e interpola o hit oitentista de Michael
Jackson, The Way You Make Me Feel.
Love Without Tragedy/Mother Mary
Uma das melhores faixas da carreira da musa,
sem dúvidas. Balada trágica que se divide em dois momentos: primeiro conta a
história do amor sem final feliz e em seguida (e em maior parte) apresenta o
arrependimento de ter deixado o romance sair tão fora de controle.
Get It Over With
Faixa leve que funciona perfeitamente para
quebrar o clima pesado deixado pela faixa anterior. De qualquer maneira, poderia
entrar facilmente em quaisquer dos últimos quatro álbuns da cantora sem
dificuldades.
No Love Allowed
Rihanna prova mais uma vez que sabe flertar
magistralmente com o reggae. Seu vocal se encaixa perfeitamente na faixa que
entra para o hall de melhores de sua carreira e relembra a grande Man Down de
seu disco LOUD, de 2010.
Lost In Paradise
Fechando a versão standard do álbum da
maneira mais Rihanna possível, Lost In Paradise é uma faixa pop com composição
dramática e possivelmente será bem executada ao vivo pela cantora. Destaque
para a produção que é assinada por Stargate e pelo jovem rapper britânico
Labrinth.
Half of Me
Dando continuidade as parcerias britânicas, a
única faixa da versão deluxe do álbum é composta pela revelação européia do
ano: Emeli Sandé. Balada R&B com letra clara e direta, a faixa soa
claramente atual e moderna dentro de seu gênero.
Contrariando todas as expectativas, Rihanna
conseguiu (como sempre, com correria) trazer a vida um de seus melhores
trabalhos, se não o melhor. Diferente dos dois últimos álbuns onde havia
grandes produções claramente destinadas a conquista dos charts mundiais, Unapologetic
soa não tão comercial nesse quesito. O que vence aqui é a sinceridade e a
agressividade, marcas registradas da cantora que conquistou o mundo em curto espaço de tempo.