Rihanna: sem arrependimentos ou necessitando de férias?


Desde que surgiu na popsfera, em 2005, Rihanna é reconhecida por não parar de trabalhar. Em sete anos de carreira, a moça acaba de lançar seu sétimo álbum de estúdio há pouco. Após um pequeno período de geração de polêmicas, uma tour promocional de 7 shows que velejou por 7 continentes apresentando tanto o novo material quanto os antigos hits, aqui jaz a review do Pomba Pop para o Unapologetic, novo trabalho da incansável musa de Barbados.
 
Phresh Out the Runway
Rihanna abre o álbum com uma faixa que pode ser tida como definição de sua imagem: pop flertando com elementos de hip hop, composição agressiva e um refrão ultra grudento. Não há sombra de dúvidas, pela faixa inicial, que o que está por vir é um álbum de RIHANNA. Destaque para a produção de David Guetta, que sai de sua zona de conforto do eurodance para bem suceder num som urbano.

Há pouco o décimo segundo primeiro lugar de Rihanna na Billboard, principal parada de sucessos do mundo. Composta pela agora hitmaker e antiga cantora alternativa Sia (David Guetta, Flo Rida, Christina Aguilera) a faixa soou fresca e inovadora a todos que esperavam que Rihanna se mantesse em sua zona de conforto de primeiro single: a canção dance pop certeira de sempre.

Numb (feat. Eminem)
Com direito a uma referência a primeira (e grande) parceria das duas estrelas em 2010, Love the Way You Lie, Numb é Rihanna sem tirar nem pôr: R&B melódico com vocais por vezes gritados e num tom de tragédia.

Pour It Up
Única faixa do álbum que traz Rihanna como compositora principal, Pour It Up também não perde a essência típica da cantora. Aqui a artista ratifica seu cotidiano badalado que parece não sair do eixo festas polêmicas - uso de drogas.

Loveeeeeee Song (feat. Future)
A típica balada de meados da década passada. O destaque fica para o dueto com Future, um dos nomes expoentes do R&B norte-americano do último ano. Não há como negar a sincronia sensual que os cantores transmitem na faixa.

Jump
Após tantas faixas relativamente calmas, há o (pequeno) eixo de club-bangers do álbum. Jump apesar da atmosfera hip-hop e sample do hit noventista de Ginuwine Pony, tem um dubstep inegavelmente direcionado para os clubes em seu refrão, cheio de força e atitude assim como a intérprete.

Right Now (feat. David Guetta)
Após há exatos um ano ter feito despontar o nome do DJ escocês Calvin Harris nos charts com o ultra hit We Found Love, o que Rihanna poderia fazer de inovador no gênero dance? Trabalhar com o já impregnado DJ David Guetta não seria o aconselhado, mas a faixa não deixa a desejar e com certeza fará o mundo todo pular nos clubes por bastante tempo.

What Now
De início parece mais uma balada genérica que a cantora utiliza há tempos, mas a surpresa está toda no refrão: o vocal dramático de Rihanna casa perfeitamente com o dubstep da produção.

Stay (feat. Mikky Ekko)
Provando estar sempre a frente de seu tempo, Rihanna agora traz outro nome em ascensão para participar da melhor balada do álbum: Mikky Ekko. O dueto flui naturalmente enquanto prova que Rihanna ainda consegue surpreender com baladas mesmo após tantas tentativas não tão bem-sucedidas.

Nobody’s Business (feat. Chris Brown)
Aqui está talvez a maior surpresa do álbum: Chris Brown. Há de se ter muita coragem em colaborar com o antigo namorado que a violentou em meados de 2009. Apesar da afronta pública, a faixa afirma como os dois artistas funcionam bem juntos e interpola o hit oitentista de Michael Jackson, The Way You Make Me Feel.

Love Without Tragedy/Mother Mary
Uma das melhores faixas da carreira da musa, sem dúvidas. Balada trágica que se divide em dois momentos: primeiro conta a história do amor sem final feliz e em seguida (e em maior parte) apresenta o arrependimento de ter deixado o romance sair tão fora de controle.

Get It Over With
Faixa leve que funciona perfeitamente para quebrar o clima pesado deixado pela faixa anterior. De qualquer maneira, poderia entrar facilmente em quaisquer dos últimos quatro álbuns da cantora sem dificuldades.

No Love Allowed
Rihanna prova mais uma vez que sabe flertar magistralmente com o reggae. Seu vocal se encaixa perfeitamente na faixa que entra para o hall de melhores de sua carreira e relembra a grande Man Down de seu disco LOUD, de 2010.

Lost In Paradise
Fechando a versão standard do álbum da maneira mais Rihanna possível, Lost In Paradise é uma faixa pop com composição dramática e possivelmente será bem executada ao vivo pela cantora. Destaque para a produção que é assinada por Stargate e pelo jovem rapper britânico Labrinth.

Half of Me
Dando continuidade as parcerias britânicas, a única faixa da versão deluxe do álbum é composta pela revelação européia do ano: Emeli Sandé. Balada R&B com letra clara e direta, a faixa soa claramente atual e moderna dentro de seu gênero.

Contrariando todas as expectativas, Rihanna conseguiu (como sempre, com correria) trazer a vida um de seus melhores trabalhos, se não o melhor. Diferente dos dois últimos álbuns onde havia grandes produções claramente destinadas a conquista dos charts mundiais, Unapologetic soa não tão comercial nesse quesito. O que vence aqui é a sinceridade e a agressividade, marcas registradas da cantora que conquistou o mundo em curto espaço de tempo.


Nicki Minaj e sua contínua saga cor-de-rosa


Nicki Minaj é um nome que desde que surgiu está sempre em muita evidência. A rapper de Trinidad juntou-se ao time de Lil Wayne e já trabalhou com grandes nomes que vão de Madonna a Mariah Carey (com quem atualmente tem uma richa) e também flertou com diversos gêneros, do puro hip-hop de origem ao dance music atualmente dominador dos charts. Após vendas não tão satisfatórias, Nicki resolveu relançar seu segundo álbum Pink Friday: Roman Reloaded juntamente com um EP de oito faixas mais urbanas. O Pomba Pop traz uma review do material inédito da polêmica rapper:
Up In Flames
Assim como Roman Holiday, Up In Flames é uma faixa de abertura apocalíptica. Absolutamente hip-hop, a atenção se entre o coro lírico do refrão e os versos pesados de Nicki.

Freedom
Após uma faixa densa, Minaj aposta em um ar de leveza. A letra de Freedom é uma das mais francas de sua carreira e o instrumental romântico se assemelha a uma de suas melhores faixas: Moment 4 Life, de 2010.

Hell Yeah (feat. Parker)
A terceira faixa do projeto se realça pelo refrão cantado pelo novato Parker. Extremamente radiofônica, é mais uma das apostas de Minaj em seu nicho urban.

High School (feat. Lil Wayne)
Um álbum de Nicki Minaj só está completo com a participação de seu grande colega e amigo Lil Wayne. A faixa contudo, não é um dos highlights do projeto e deixa a desejar considerando que os dois artistas já originaram Roman Reloaded e Sex In the Lounge.

I’m Legit (feat. Ciara)
Música em parceria com um dos grandes nomes do R&B surgidos na época passada. O refrão é cem por cento Ciara e casa perfeitamente com os versos rápidos de Nicki dando a faixa grande potencial radiofônico dentro do gênero.

I Endorse These Stripers (feat. Tyga & Thomas Brinx)
Remetendo a seu recente hit Beez In the Trap, a faixa tem a função de ilustrar o porquê Nicki Minaj é o fenômeno que é, sendo uma mulher dentro de um nicho dominado pelo gênero masculino.

Primeiro single do álbum, The Boys se destaca pela participação da saudosa Cassie. A cantora, que brilhava durante o auge do R&B na década passada, se arrisca e até faz rap de alguns versos numa espécie de dueto com Nicki. Um dos momentos mais pop do álbum.

Já lançada na primeira versão do álbum, a faixa é uma das favoritas tanto pelos fãs quanto pela rapper. Só agora teve lançamento oficial e já desponta nos charts mundiais, como qualquer produção do hitmaker Dr. Luke. Além de relembrar Super Bass, é uma das melhores faixas pop de Minaj.

Fica clara que a intenção de Nicki Minaj é relembrar seu público base que sua veia pop não interfere no hip-hop de qualidade que a fez brilhar há três anos atrás. Resta saber se esse público está cansado da cantora pulando de galho em galho ou apenas cansou de sua imagem provocante e autêntica. De qualquer forma, a rapper continua oferecendo um bom trabalho e apenas isso já a faz merecedora de todo o reconhecimento que venha a ter.

Lana Del Rey e seu paraíso particular

Após angariar o álbum (até então) mais vendido do ano e ser alvo de várias polêmicas a respeito de cirurgias plásticas que comprometiam sua veracidade artística, Lana Del Rey vem com seu EP intitulado Paradise fechar o ano que, de fato, foi o seu ano. O Pomba Pop traz uma review do novo trabalho da estrela.
Também primeira música de trabalho, Ride funciona magistralmente como abertura do álbum. A letra Del Rey sem tirar nem pôr encontra uma comercialidade à-la-Adele até então não encontrada em Born to Die. Destaque para o espetacular curta-metragem que Lana lançou para a música, em meados do mês passado.

American
A segunda faixa do álbum salienta uma das temáticas já conhecidas para os fãs da cantora: a cultura norte-americana. Citando Elvis Presley e Bruce Springsteen, a artista deixa claro sua adoração e de certo modo, obsessão pela cultura natal. Radiofônica, é uma das apostas para próximo single.

Cola
Aqui encontra-se a quote mais polêmica entre todo o material da cantora. “My pussy taste like Pepsi Cola” transmite toda a franqueza de Lana de maneira não vista em Born to Die. Apesar da polêmica frase, a faixa é doce e romântica e deve se tornar mais um clássico da cantora.

Body Electric
Body Electric já era familiar para os fãs, visto que Lana a havia cantado em diversas ocasiões. Aqui a artista prova que realmente é uma discípula de Kurt Cobain e do grunge dos anos 90. Talvez seja a faixa mais melancólica de sua carreira, e se torna ainda mais emotiva em suas performances ao vivo.

Regravação do clássico cinquentista, foi utilizada como tema para a atual campanha da rede européia de roupas H&M. Lana soa o mais confortável possível e a melancolia de sua voz casa perfeitamente com o instrumental aquietador da produção.

Gods & Monsters
Mais uma faixa em que Del Rey aprofunda seus pensamentos obscuros sobre morte e a vida após. O ícone citado dessa vez é Jim Morrison.

Yayo
Faixa presente em seu primeiro álbum, quando ainda respondia por Lizzy Grant, sempre fora uma das preferidas da cantora. Lana assumiu ter regravado os vocais em apenas uma sessão, em uma pegada mais jazz.

Bel Air
A faixa soa retirada de um musical da Broadway estrelado por Barbra Streisand, tamanha melancolia e uso de diferentes tons vocais. Afirma mais uma vez o talento de Lana como compositora não só de letras como de melodias.

Burning Desire
Talvez a faixa mais sexy da carreira de Lana, Burning Desire finaliza o EP de maneira sedutora e misteriosa, funcionando como uma síntese da até então curta carreira da cantora.


O EP Paradise funciona como uma confirmação do que a artista já havia demonstrado em Born to Die: que veio para ficar. O que faltava na primeira edição do álbum está presente no EP: a naturalidade espontânea de uma artista que tem ainda muito a oferecer e que já semeia os merecidos frutos de seu árduo trabalho.

Christina Aguilera em "Lotus": apogeu ou perigeu artístico?

Após uma série de acontecimentos negativos tanto em sua vida pessoal quanto profissional, Christina Aguilera está de volta com seu quinto álbum de estúdio. Intitulado "Lotus" - uma analogia a flor do pântano que sobrevive apesar das mais difíceis condições -, a reunião de faixas tem a clara missão de colocar Aguilera de volta ao topo do jogo. O Pomba Pop traz uma review do novo álbum da popstar.
Lotus Intro
A introdução do álbum remete a seu trabalho anterior, o fracassado e incompreendido "Bionic". O sample de "Midnight City" da banda indie M83 encontra um vocal cheio de autotune que é acompanhado por uma atmosfera trip-hop. Funciona muito bem até a inclusão das batidas já conhecidas (e datadas) do produtor Alex da Kid (Rihanna, Eminem, Nicki Minaj). De qualquer maneira, o resultado final é surpreendente e o poema que a cantora recita no fim da faixa é de longe um dos highlights do projeto.

Army of Me
Após acostumar o ouvinte ao que seria (e deveria) ser o conceito sonoro do álbum, segue uma faixa forte, porém confusa. Army of Me peca na produção, que soa genérica como um dos muitos hits atuais do DJ David Guetta. Tida pela cantora como uma versão atualizada de seu hit "Fighter", a música deixa a desejar por não ser tão enérgica nem inspiracional quanto o hit de 2003.

Red Hot Kinda Love
Produção de Lucas Secon (Kylie Minogue), de longe uma das mais divertidas e despretensiosas faixas do disco. Red Hot Kinda Love soa tão divertida quanto os atuais hits de sua colega, Britney Spears, mas com a essência R&B típica de Christina. Há grande potencial para ser um dos próximos singles.

Make the World Move (feat. Cee-Lo Green)
A faixa é acompanhada pelos vocais (mal usados) de seu colega do "The Voice", Cee-Lo Green. Apesar de prevalecer o R&B/soul influenciado pelos anos 40, a (fraca) letra proclama um som futurista. De qualquer maneira, agradará os fãs que sentem falta de seus dias de "Back to Basics".

Your Body
Primeiro single do trabalho, sem sombra de dúvidas uma das faixas mais redondas e fortes do álbum. A produção impecável soa R&B sem perder a comercialidade necessária para tocar nas rádios. Além de ser uma faixa (se não a mais) cem por cento Christina Aguilera, só comprova o fato de Max Martin (Britney Spears, P!nk, Avril Lavigne) ser um dos produtores mais renomados e inovadores do mercado atual.

Let There Be Love
Outra faixa de Max Martin, não soa tão primorosa quanto a anterior. Com sintetizadores que relembram suas produções anteriores com Usher ou Britney Spears, a faixa soa genérica e vazia, apesar de boa composição e hooks. Ainda assim, tem força pra ser um grande hit do álbum.

Sing for Me
A primeira balada do álbum é, segundo a cantora, dedicada a seus fãs. Soa como uma faixa gravada diretamente de 2002 para seu álbum "Stripped", mesmo com ótimos sintetizadores que parecem saídos diretamente de uma faixa oitentista do cantor Prince.

Blank Page
O álbum segue com seu segmento de baladas inspiracionais e de superação. Aqui o que brilha é a composição de Sia, como sempre simples, porém tocante. O vocal cheio de emoção de Aguilera remete as ótimas baladas do "Bionic", como You Lost Me e Stronger Than Ever.

Cease Fire
Com uma letra relativamente forte (porém clichê), a produção de Alex da Kid deixa mais uma vez a desejar. A faixa soa vinda diretamente de um dos primeiros (e fracos) álbuns da Rihanna, além de possuir refrão e produção extremamente repetitivos e confusos.

Around the World
Mais uma produção de Alex da Kid, também uma faixa confusa e datada. Os tambores e instrumental enérgicos tornam a audição cansativa, apesar de aqui estar um dos refrãos mais fortes e memoráveis do álbum. Novamente, mais uma faixa que soa rejeitada no corte final do "Stripped".

Circles
Aqui se encontra uma Christina agressiva e irônica, mas ainda sim divertida. "Spin around in circles on my middle-middle finger" é uma clara resposta direta a todos as críticas sobre seu sobrepeso, fracasso em vendas e mudança de atitude - já superadas pelo sucesso instantâneo do reality show "The Voice". Funcionaria perfeitamente, não fosse o refrão genérico e esquecível típico de artistas sem a star quality de uma Christina Aguilera.

Best of Me
Após uma faixa agressiva há espaço para uma balada limpa e vulnerável. Best of Me tem uma das melhores composições do projeto e consegue soar essencialmente Christina Aguilera do início ao fim, com os exageros vocais típicos e amáveis da estrela.

Just a Fool (with Blake Shelton)
A versão standard do álbum se encerra com uma impecável balada com influências country. Dueto com o também jurado do "The Voice" Blake Shelton, a faixa mostra que Aguilera consegue viajar por estilos musicais variados com primor. Merece ao menos uma performance ao vivo da dupla, principalmente pelos vocais tão bem sintonizados.

Light Up the Sky
Mais uma balada com uma boa composição e produção simplória. Soa como uma faixa filler de um álbum de 2006, mas se destaca pelo vocal doce de Christina.

Empty Words
"The funny thing about hurting people is they tend to hurt people" é uma das quotes mais simples, no entanto das mais profundas do álbum. No entanto, a faixa se encerra nisso, tendo um dos refrões mais esquecíveis do mesmo.

Shut Up
A última faixa do álbum tem a missão de ser também uma das mais sofríveis. A exceção de palavrões e ameaças, parece uma faixa de Cher Lloyd, rejeitada por não possuir o elemento chiclete usual, muito pelo contrário.

Fica clara que a intenção do álbum é limpar a imagem da cantora com o público em geral. A gravadora, descontente com o fraco desempenho de seu álbum "Bionic", resolveu seguir o rumo contrário e apostar numa sonoridade mais radiofônica e comercial. Em contraponto, a produção falha em sua grande maioria, deixando a sonoridade genérica e anulando a identidade musical tão característica da cantora. Por outro lado, as faixas que remetem a seus trabalhos anteriores com certeza agradarão os fãs e relembrarão toda a personalidade e vocal forte da artista, com certeza seus maiores diferenciais dentro da atmosfera POP na última década.

Scissor Sisters voltam mais nostálgicos do que nunca em "Magic Hour"

O grupo Scissor Sisters está de volta. A banda liderada por Jake Shears é reconhecida pela suas controvérsias e irreverência, mas também por sua música primorosa. Depois de dois álbuns de sucesso e um nem tão bem sucedido (mas nada inferior, diga-se de passagem), Shears resolve apontar para todos os lados no novo álbum da banda "Magic Hour", mas sem errar a mira - o que poderia ter acontecido facilmente com outros artistas.
Pomba Pop traz a review completa do novo álbum do Scissor Sisters

Baby Come Home
O segundo single do álbum é também a parceria com o cantor John Legend e, de longe, o momento mais soul do projeto. O piano já clássico de Legend dá um toque retrô na faixa e os vocais da banda no refrão trazem um ar setentista fenomenal.

Keep Your Shoes On

A primeira faixa com um toque latino no álbum também tem a vibe setentista que domina o trabalho. A letra é non-sense, porém divertida e o refrão é um dos mais grudentos, podendo ser uma boa escolha de single no futuro.

Inevitable
Co-produzida por Pharrell Williams (Britney Spears, Gwen Stefani, Madonna), a faixa é a primeira balada do álbum. O vocal de Shears traz um ar todo especial a música que soa como uma versão moderna do grupo Bee Gees.

O primeiro single do álbum e até agora único hit do mesmo traz a participação de Calvin Harris - o DJ do momento - na co-produção. Apesar de ser a faixa mais moderna de todo o álbum, ainda sim mantém a essência do grupo em elementos como o piano inicial e até mesmo no break house de Harris.

Year of Living Dangerously

A segunda balada do álbum foi co-produzida por Diplo (Beyoncé, Usher, Major Lazer). Aqui mais uma vez Shears deixa claro como é influenciado pela sonoridade de décadas passadas, soando possivelmente como uma faixa que Duran Duran lançaria em meados dos anos 80.

Let's Have a Kiki
Aqui temos um segundo momento latino. A faixa é quase toda composta por um monólogo via telefone e é de longe a mais divertida (e também mais gay) do álbum até então.

Shady Love
A primeira faixa liberada pelo grupo on-line é também a que traz a participação da promissora rapper Azealia Banks. Com videoclipe lançado no início do ano, Shady Love é mais um dos momentos inspiradamente mais eletro e ousados do álbum. O grande highlight é o a estréia de Jake Shears como rapper.

San Luis Obispo

A faixa inspiradamente cubana e old-school foi batizada em homenagem a cidade da Califórnia, San Luis Obispo. Soa como um mix entre Billy Joel e Madonna, com influência do dance latino predominantes.

Self Control
A faixa house é talvez o momento que mais se assemelha ao último álbum da banda, "Night Work". Shears a descreve como a faixa mais sexy do álbum e tem grande potencial se lançada como single.

Best in Me
Outra faixa com influências dance e latinas do projeto, Best in Me foi descrita por Shears como a música mais Robyn que o grupo já produziu. A comparação fica clara analisando a composição romântica que cai como uma luva na faixa midtempo.

The Secret Life of Letters
A última balada do álbum é também a mais triste. Shears a descreve como um de seus momentos mais sombrios em que não se encontrava inspirado a escrever. Acaba magistralmente com apenas o instrumental acompanhado de uma orquestra.

Somewhere

A melhor faixa do álbum é acompanhada pela co-produção de Stuart Price (Madonna, The Killers, Kylie Minogue). Encerra o álbum com maestria e a letra romântica casa perfeitamente com o instrumental house-setentista midtempo.

Miss Matronic’s Magic Message
Interlude de 30s que traz o monólogo via telefone da faixa Let's Have a Kiki.

F*** Yeah
A faixa é eletrônica até o talo e mais uma vez Shears sentiu urgência em fazer rap sobre o instrumental pesado. Tem um bom refrão, mas os versos soam um pouco perdidos.

Os Scissor Sisters voltaram com um álbum nostálgico mais uma vez, só que de maneira diferente do anterior, por exemplo, que era inspirado pelo house setentista e oitentista. "Magic Hour" é inspirado em outras vertentes da música dance com um forte toque latino, que o torna mais um álbum essencial na discografia fenomenal da banda.

Aniversário de "Born This Way" - Relembre o álbum que consolidou a carreira de Lady GaGa

Em comemoração a um ano de aniversário de um dos álbuns mais aguardados e sem dúvidas o mais comentado dos últimos tempos, o Pomba Pop traz uma review do disco que afirmou Lady Gaga como uma das maiores artistas de sua geração mostrando que havia mais do que apenas figurinos extravagantes e refrões grudentos por trás do maior nome da popsfera do fim da década passada.

O álbum já inicia com uma das melhores faixas da carreira de Gaga, “Marry the Night”. As referências ao house do final da década de 80 e início de 90, a produção claramente inspirada em grandes hits dançantes de Whitney Houston e o “gaguismo” já conhecido do público fazem da faixa uma abertura sensacional, deixando o ouvinte instigado a entrar nessa saga com a cantora.

O grande primeiro single que deu início aos trabalhos do álbum. Foi prato cheio no caso de plágio sobre “Express Yourself” - hit oitentista e com a mesma vibe libertadora de ninguém menos que Madonna - mas apesar das críticas a música foi bem aceita pelos críticos e topou os charts de todo o planeta em fevereiro de 2011.

Mais uma faixa em que a referência “madônnica” é clara, mesmo assim Gaga não deixa de estampar sua cara no instrumental techno-pop. A letra trata do romance entre o presidente John F. Kennedy visto pela perspectiva de sua musa: a icônica Marilyn Monroe.

Segundo single do álbum e não tão bem aceita, Judas teve em contramão um dos videoclipes mais bem sucedidos de Lady Gaga virtualmente. A despeito das condenações por blasfêmia, a música rendeu e é um dos hits mais icônicos da cantora até a data. Não podemos deixar de perceber a semelhança com Bad Romance, motivada pela produção de RedOne – o parceiro de Gaga desde o início.

Latin Gaga. A cantora já havia demonstrado interesse na cultura latina com “Alejandro”, mas em “Americano” se saiu melhor. Aqui se prova que há como ser divertido em meio a guitarras flamencas, house music e uma letra polêmica sobre imigração – ferida sempre aberta dentro dos Estados Unidos.

Uma das faixas que mais definem a auto-aceitação (ou procura por) dentro do álbum. “Sou tão livre quanto meu cabelo” pode soar tolo e já ter sido usado antes, mas não havia metáfora mais perfeita para a temática de ser o que quiser e se orgulhar disso. Destaque para a participação de ninguém menos que Clarence Clemons, saxofonista de Bruce Springsteen.

Sem dúvidas o provável hit perdido do álbum, Scheiße traz claras referência ao house alemão dos anos noventa. Não se engane, pois nada do que Gaga diz na introdução da música é alemão, apenas baboseiras que justificam a tradução do título da faixa (merda, droga).

Aqui há a linha tênue que separa o quase dark com o muito divertido dentro do álbum. O vocal forçado e por muitas vezes hilário da cantora se mistura no drama lírico e instrumental industrial.

Aqui há novamente inspiração vinda do house noventista. Há uma vibe teatral tanto na letra quanto no vocal e no instrumental. As passarelas sempre presentes desde o início da carreira de Gaga deixam sua marca na faixa.

O synth-pop oitentista toma conta da faixa, que é direcionada inteiramente a seus fãs. Há um pouco de desgosto na composição, onde Gaga se diz arrependida por não ter aproveitado sua juventude de maneira mais “transviada”.

Outra faixa em que é clara a influência musical de Whitney Houston na carreira da cantora. Liricamente é uma homenagem a seu grande amigo estilista Alexander McQueen, que se suicidou no início de 2010.

Com certeza uma das faixas que exemplifica muito bem a capa do álbum (a cantora que tem seu rosto preso ao “corpo” de uma motocicleta). Viver entre realidade e fantasia sempre foi pregado por Gaga, e uma rodovia onde se encontra amor ao lado de unicórnios é definitivamente um desses momentos.

Sem dúvida um dos grandes momentos do álbum. Goldfrapp e Peaches aprovariam o uso magistral que o produtor Fernando Garibay fez do eletroclash. A letra é tão suja e tola que é singular cogitar que o vocal autotunado de Gaga transformou a música no momento mais sexy do álbum todo.

As referências religiosas da faixa soam Madonna até o talo. Os riffs e o solo de guitarra no break dão a faixa um ar oitentista espantoso que só uma garota obcecada por cultura pop como Lady Gaga poderia proporcionar.

A faixa é divertida e soa sem pretensão alguma, apesar da composição onde a cantora se mostra apta para ser “a rainha”. Outro caso em que o solo de guitarra do final progressivo soa o mais oitentista imaginável.

Na única faixa produzida por Mütt Lunge – ex-marido e ex-produtor de Shania Twain – fica clara a influência do rock na carreira de Gaga. Além do sample de “We Will Rock You” e solo de guitarra de Brian May (Queen), é até hoje a única balada lançada por Gaga como single.

Faixa magistral para encerrar o álbum, The Edge of Glory conta pela segunda vez no álbum com solos de saxofone do (agora) finado Clarence Clemons. Inspirada pela quase-morte do avô em 2010, é Lady Gaga dos pés a cabeça: ganchos potentes, refrão avassalador e grandiosidade ilustre. A produção de Fernando Garibay é única e garantiu que a faixa fosse um dos maiores hits da era.

Com o “Born This Way” Lady Gaga provou para o público e para a crítica que é uma grande artista e não apenas mais uma cantora fabricada ou perdida dentro da indústria. Conseguiu se destacar entre os artistas de sua geração sendo divertida, sincera e por muitas vezes boba; mas principalmente provou que é, antes de qualquer coisa, loucamente apaixonada por música e cultura pop.

Marina, os diamantes e a repaginada musical

Marina & the Diamonds é, e sabe disso, um nome ainda pouco popular na popsfera. Infelizmente, apesar do primoroso trabalho no primeiro álbum “The Family Jewels” (2010), a cantora passou longe dos holofotesmainstream. Não que esse fosse o propósito, até porque sua música era indie demais pra topar os charts. Agora, com o segundo álbum “Electra Heart”, Marina trabalhou com produtores renomados (StargateDr. LukeDiplo) que deixaram sua sonoridade mais comercial, o que já refletiu nos charts. As letras continuam sensacionais como no primeiro trabalho, mas dessa vez a cantora foi além no aspecto visual e viajou na saga de Electra Heart, que não é um alter-ego propriamente dito, mas sim uma narradora que passa por várias fábulas dentro da sinopse do álbum.
Pomba Pop traz a review do álbum da sensação galesa do pop:

Bubblegum Bitch
Aqui Marina “zoa” as companheiras de profissão, mas claramente as desesperadas por topo de charts e atenção freqüente da mídia. Clichês como “me atinja com seu doce amor, me roube com um beijo” são freqüentes e tudo que a cantora pede é para ser #1. A sonoridade pop-rockish entraria fácil no primeiro álbum de Katy Perry, “One of the Boys”. Marina já abriu a “California Dreams tour” de Perry ano passado, logo qualquer indireta não é coincidência.

O primeiro single oficial do álbum é até então o maior hit dele. Primadonna é produzida por Dr. Luke, o produtor de Katy Perry e Britney Spears. Seria uma canção pop qualquer não fosse pela composição genial que conta a história da garota que não tinha nada e queria apenas o mundo.

Lies
Segunda produção de Dr. Luke (acompanhada por Diplo), Lies traz as essências de dubstep que o produtor tem usado tanto desde o ano passado. Faixa pronta para ser single e com talvez a letra mais dor-de-cotovelo do álbum.

Homewrecker
Disponibilizada por Marina gratuitamente em seu site alguns meses atrás, Homewrecker é não apenas uma das melhores faixas do álbum como da carreira da cantora. Com potencial para single gritante – sem dúvidas um dos refrãos mais fortes – a letra sobre a garota que destrói lares, mas no fundo apenas busca o amor é nada menos que brilhante.

Starring Role
Outra faixa de cunho depressivo, Starring Role trata da garota que quer o “papel principal” no coração do ser amado e além de não conseguir, tem orgulho de sobra para ser coadjuvante. Marina já disse ser uma de suas faixas mais pessoais e que pretende lançá-la como single futuramente.

The State of Dreaming
A faixa mais leve liricamente até então, que de acordo com a cantora foi inspirada em Marilyn Monroe. O instrumental do refrão com violinos se assemelha a “Firework”, hit de Katy Perry – apesar da letra infinitamente superior. Talvez seja coincidência, talvez não.

Power & Control
Suposto segundo single do álbum, Power & Control tem letra forte e agressiva e mais uma vez direcionada a relacionamentos. “Você pode ser bonito, mas não é uma peça de arte” é de longe a melhor das quotes dentro do álbum. O instrumental do produtor Greg Kurstin remete a “Stronger” atual hit de Kelly Clarkson nas rádios.

Living Dead
Primeira faixa que Marina compôs para o álbum, e talvez a mais sombria do projeto. Apesar da letra polêmica, o instrumental eletropop dá a faixa um toque comercial e dançante.

Teen Idle
Primeira faixa de Liam Howe, produtor geral do primeiro álbum da cantora. A composição sobre uma juventude desperdiçada acompanhada do instrumental melancólico de Howe com certeza vão agradar os fãs saudosistas do “The Family Jewels”.

Valley of the Dolls
Inspirada assumidamente no filme de David Weisbart “Valley of the Dolls”, é outra faixa leve e doce que quebra o clima pesado do álbum. Segundo a cantora, a letra trata sobre o vazio interior que cada pessoa sente em certo momento da vida.

Hypocrates
A primeira grande dualidade dentro do álbum: o instrumental e a produção são doces e alegres enquanto a letra trata de pessoas hipócritas e a falsidade do ser humano.

Fear and Loathing
A grande balada do álbum (e também maior faixa dele). Foi a primeira música que Marina divulgou para o público, com um vídeo melodramático onde corta seu cabelo na frente de um espelho. A dualidade aqui também está presente: enquanto a letra trata sobre abandonar o rancor e a amargura, o instrumental com um leve toque de trip-hop é pesado e elaborado. A produção é de Liam Howe e fecha a versão standard do álbum com maestria.

Radioactive
A faixa foi divulgada por Marina como primeiro single do álbum, em setembro do ano passado. Porém com o conceito do álbum (e a sonoridade) se construindo durante a produção, a cantora acreditou que a faixa dance produzida por Stargate (Rihanna, David Guetta) ficaria deslocada dentro do álbum. Ainda sim, é muito bom lembrar que música dance pode sim ter composições mais elaboradas como essa, que trata de uma paixão tão forte quanto radiação nuclear.

Sex Yeah
Uma lástima a faixa mais “pensante” do álbum ter ficado de fora da edição standard. Em Sex Yeah Marina trata de tabus como a relação entre o capitalismo, a história e a sexualidade feminina dentro da sociedade. Popstars podem sim ser inteligentes e críticas.

Lonely Hearts Club
Lonely Hearts Club é a faixa que intitula a tour do álbum, que se inicia dia 27 de maio em Berlim, na Alemanha. Apesar da sonoridade genérica e a composição passarem longe de sere geniais, ainda é superior do que a grande parte das canções pop atuais.

Buy the Stars
A faixa mais simples do álbum (e que mais se assemelha ao primeiro, tido a produção de Liam Howe) é de uma graciosidade sem tamanho. Aqui Marina também se afirma como vocalista, visto que o único instrumento que acompanha seu vocal é o piano. A composição romântica pode de primeira impressão soar simples, mas é muito bem elaborada.

A primeira vista, pode parecer que a cantora se vendeu ao pop-chiclete, mas o fato inquestionável é que Marina (e seus diamantes) é dona de um dos melhores álbuns de 2012 até o momento. A perspicácia em dosar a comercialidade sem perder a essência nas composições é algo que poucos artistas já conseguiram fazer sem soar pedantes ou forçados. Com essa invasão européia de artistas nos US, fica aqui a torcida pra que Marina consiga fazer algum barulho na América, porque merecimento e qualidade de trabalho ela já provou que não é o problema.