Aniversário de "Born This Way" - Relembre o álbum que consolidou a carreira de Lady GaGa

Em comemoração a um ano de aniversário de um dos álbuns mais aguardados e sem dúvidas o mais comentado dos últimos tempos, o Pomba Pop traz uma review do disco que afirmou Lady Gaga como uma das maiores artistas de sua geração mostrando que havia mais do que apenas figurinos extravagantes e refrões grudentos por trás do maior nome da popsfera do fim da década passada.

O álbum já inicia com uma das melhores faixas da carreira de Gaga, “Marry the Night”. As referências ao house do final da década de 80 e início de 90, a produção claramente inspirada em grandes hits dançantes de Whitney Houston e o “gaguismo” já conhecido do público fazem da faixa uma abertura sensacional, deixando o ouvinte instigado a entrar nessa saga com a cantora.

O grande primeiro single que deu início aos trabalhos do álbum. Foi prato cheio no caso de plágio sobre “Express Yourself” - hit oitentista e com a mesma vibe libertadora de ninguém menos que Madonna - mas apesar das críticas a música foi bem aceita pelos críticos e topou os charts de todo o planeta em fevereiro de 2011.

Mais uma faixa em que a referência “madônnica” é clara, mesmo assim Gaga não deixa de estampar sua cara no instrumental techno-pop. A letra trata do romance entre o presidente John F. Kennedy visto pela perspectiva de sua musa: a icônica Marilyn Monroe.

Segundo single do álbum e não tão bem aceita, Judas teve em contramão um dos videoclipes mais bem sucedidos de Lady Gaga virtualmente. A despeito das condenações por blasfêmia, a música rendeu e é um dos hits mais icônicos da cantora até a data. Não podemos deixar de perceber a semelhança com Bad Romance, motivada pela produção de RedOne – o parceiro de Gaga desde o início.

Latin Gaga. A cantora já havia demonstrado interesse na cultura latina com “Alejandro”, mas em “Americano” se saiu melhor. Aqui se prova que há como ser divertido em meio a guitarras flamencas, house music e uma letra polêmica sobre imigração – ferida sempre aberta dentro dos Estados Unidos.

Uma das faixas que mais definem a auto-aceitação (ou procura por) dentro do álbum. “Sou tão livre quanto meu cabelo” pode soar tolo e já ter sido usado antes, mas não havia metáfora mais perfeita para a temática de ser o que quiser e se orgulhar disso. Destaque para a participação de ninguém menos que Clarence Clemons, saxofonista de Bruce Springsteen.

Sem dúvidas o provável hit perdido do álbum, Scheiße traz claras referência ao house alemão dos anos noventa. Não se engane, pois nada do que Gaga diz na introdução da música é alemão, apenas baboseiras que justificam a tradução do título da faixa (merda, droga).

Aqui há a linha tênue que separa o quase dark com o muito divertido dentro do álbum. O vocal forçado e por muitas vezes hilário da cantora se mistura no drama lírico e instrumental industrial.

Aqui há novamente inspiração vinda do house noventista. Há uma vibe teatral tanto na letra quanto no vocal e no instrumental. As passarelas sempre presentes desde o início da carreira de Gaga deixam sua marca na faixa.

O synth-pop oitentista toma conta da faixa, que é direcionada inteiramente a seus fãs. Há um pouco de desgosto na composição, onde Gaga se diz arrependida por não ter aproveitado sua juventude de maneira mais “transviada”.

Outra faixa em que é clara a influência musical de Whitney Houston na carreira da cantora. Liricamente é uma homenagem a seu grande amigo estilista Alexander McQueen, que se suicidou no início de 2010.

Com certeza uma das faixas que exemplifica muito bem a capa do álbum (a cantora que tem seu rosto preso ao “corpo” de uma motocicleta). Viver entre realidade e fantasia sempre foi pregado por Gaga, e uma rodovia onde se encontra amor ao lado de unicórnios é definitivamente um desses momentos.

Sem dúvida um dos grandes momentos do álbum. Goldfrapp e Peaches aprovariam o uso magistral que o produtor Fernando Garibay fez do eletroclash. A letra é tão suja e tola que é singular cogitar que o vocal autotunado de Gaga transformou a música no momento mais sexy do álbum todo.

As referências religiosas da faixa soam Madonna até o talo. Os riffs e o solo de guitarra no break dão a faixa um ar oitentista espantoso que só uma garota obcecada por cultura pop como Lady Gaga poderia proporcionar.

A faixa é divertida e soa sem pretensão alguma, apesar da composição onde a cantora se mostra apta para ser “a rainha”. Outro caso em que o solo de guitarra do final progressivo soa o mais oitentista imaginável.

Na única faixa produzida por Mütt Lunge – ex-marido e ex-produtor de Shania Twain – fica clara a influência do rock na carreira de Gaga. Além do sample de “We Will Rock You” e solo de guitarra de Brian May (Queen), é até hoje a única balada lançada por Gaga como single.

Faixa magistral para encerrar o álbum, The Edge of Glory conta pela segunda vez no álbum com solos de saxofone do (agora) finado Clarence Clemons. Inspirada pela quase-morte do avô em 2010, é Lady Gaga dos pés a cabeça: ganchos potentes, refrão avassalador e grandiosidade ilustre. A produção de Fernando Garibay é única e garantiu que a faixa fosse um dos maiores hits da era.

Com o “Born This Way” Lady Gaga provou para o público e para a crítica que é uma grande artista e não apenas mais uma cantora fabricada ou perdida dentro da indústria. Conseguiu se destacar entre os artistas de sua geração sendo divertida, sincera e por muitas vezes boba; mas principalmente provou que é, antes de qualquer coisa, loucamente apaixonada por música e cultura pop.

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