Lana Del Rey e seu paraíso particular

Após angariar o álbum (até então) mais vendido do ano e ser alvo de várias polêmicas a respeito de cirurgias plásticas que comprometiam sua veracidade artística, Lana Del Rey vem com seu EP intitulado Paradise fechar o ano que, de fato, foi o seu ano. O Pomba Pop traz uma review do novo trabalho da estrela.
Também primeira música de trabalho, Ride funciona magistralmente como abertura do álbum. A letra Del Rey sem tirar nem pôr encontra uma comercialidade à-la-Adele até então não encontrada em Born to Die. Destaque para o espetacular curta-metragem que Lana lançou para a música, em meados do mês passado.

American
A segunda faixa do álbum salienta uma das temáticas já conhecidas para os fãs da cantora: a cultura norte-americana. Citando Elvis Presley e Bruce Springsteen, a artista deixa claro sua adoração e de certo modo, obsessão pela cultura natal. Radiofônica, é uma das apostas para próximo single.

Cola
Aqui encontra-se a quote mais polêmica entre todo o material da cantora. “My pussy taste like Pepsi Cola” transmite toda a franqueza de Lana de maneira não vista em Born to Die. Apesar da polêmica frase, a faixa é doce e romântica e deve se tornar mais um clássico da cantora.

Body Electric
Body Electric já era familiar para os fãs, visto que Lana a havia cantado em diversas ocasiões. Aqui a artista prova que realmente é uma discípula de Kurt Cobain e do grunge dos anos 90. Talvez seja a faixa mais melancólica de sua carreira, e se torna ainda mais emotiva em suas performances ao vivo.

Regravação do clássico cinquentista, foi utilizada como tema para a atual campanha da rede européia de roupas H&M. Lana soa o mais confortável possível e a melancolia de sua voz casa perfeitamente com o instrumental aquietador da produção.

Gods & Monsters
Mais uma faixa em que Del Rey aprofunda seus pensamentos obscuros sobre morte e a vida após. O ícone citado dessa vez é Jim Morrison.

Yayo
Faixa presente em seu primeiro álbum, quando ainda respondia por Lizzy Grant, sempre fora uma das preferidas da cantora. Lana assumiu ter regravado os vocais em apenas uma sessão, em uma pegada mais jazz.

Bel Air
A faixa soa retirada de um musical da Broadway estrelado por Barbra Streisand, tamanha melancolia e uso de diferentes tons vocais. Afirma mais uma vez o talento de Lana como compositora não só de letras como de melodias.

Burning Desire
Talvez a faixa mais sexy da carreira de Lana, Burning Desire finaliza o EP de maneira sedutora e misteriosa, funcionando como uma síntese da até então curta carreira da cantora.


O EP Paradise funciona como uma confirmação do que a artista já havia demonstrado em Born to Die: que veio para ficar. O que faltava na primeira edição do álbum está presente no EP: a naturalidade espontânea de uma artista que tem ainda muito a oferecer e que já semeia os merecidos frutos de seu árduo trabalho.

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